Você não lembra o nome da padaria, mas lembra do aroma incrível que te fez parar para conhecer aquele novo estabelecimento do bairro. Voltaria? Com certeza. Em casa, uma mega promoção com tempo limitado é exibida na sua caixa de e-mail. Vale a pena o gasto de última hora? Pelo preço, a resposta é sim. Cadê o cartão?
Por trás dessas situações rotineiras encontram-se as ações de neuromarketing, campo de estudo que junta neurociência + marketing, com o objetivo de mensurar estados mentais para coletar insights sobre hábitos de consumo. Em outras palavras, são técnicas que nos fisgam pelos três estados da mente: inconsciente, emotivo e racional.
Grandes corporações já entenderam o poder do neuromarketing para envolver os seus consumidores em uma experiência muito maior do que se possa imaginar. Mas o que poucos sabem é que os fundamentos desse estudo também podem ser aplicados em pequenos negócios, sejam eles físicos ou digitais. Confira algumas dicas:
Cuide do ambiente interno
– Provadores maiores fazem que o cliente se sinta mais à vontade.
– Uma loja perfumada aumenta as suas chances de venda. O aroma ativa lembranças e deixa o seu consumidor mais emotivo.
– Músicas agradáveis também fazem parte da experiência de compra. Nada muito alto, nem muito baixo.
– Tenha um projeto de iluminação bem pensado, que valorize os seus produtos. Lembre-se que ambientes claros demais passam a sensação de intocáveis.
– No e-commerce priorize uma estética limpa, com imagens bonitas e bem tratadas.
Atenção com as disposições dos produtos
– Produtos mais básicos, de valores menores, devem ficar perto do caixa.
– Já os mais caros devem ficar dispostos em prateleiras no nível dos olhos, logo no começo da loja.
– Outra estratégia interessante é trabalhar a ideia de escassez como algo positivo. Prateleiras em evidências, montadas para passar a sensação de estoque acabando, são eficazes para despertar atenção do consumidor. Em lojas virtuais, incorpore a ideia com um contador de produtos restantes.
Preços
– Os centavos fazem a diferença. Mais fácil vender um produto de R$ 7,98 do que um de R$ 8,00.
– Preços dispostos em tamanhos menores que os habituais dão a sensação de serem mais baratos.
– Configure o seu e-commerce para relacionar o produto visitado com outros mais caros. Esse paralelo gera uma comparação rápida, aumentando as chances de compra.
– Para montar um cardápio posicione os preços mais caros primeiro. Assim, o seu cliente terá a ilusão que o resto está mais em conta.
Estratégias de urgência
– Chamadas e promoções com as expressões: “por tempo limitado”, “só até hoje” e “para os primeiros” funcionam como gatilhos mentais que aguçam o sentindo de urgência da compra. Use moderadamente essa estratégia para não perder a credibilidade com o seu público.
Neurônio Espelho
– Seja em foto ou em ações demonstrativas, mostre pessoas usando os seus produtos na prática. Os neurônios-espelho são ativados e a identificação é imediata.
– Nos e-commerces, fotos de pessoas conseguem ainda deixar a sua loja virtual com mais pessoalidade. O cérebro humano tende a imitar gestos e comportamentos de outros indivíduos parecidos.
Cores para o comércio
– Trabalha com alimentação? O vermelho deve estar presente em alguma comunicação visual dentro do estabelecimento ou na loja virtual. Isso porque a cor estimula o apetite.
– Marcas que exalam luxo e sofisticação podem usar o preto. Essa cor sugere mistério, nobreza e superioridade.
– O azul está diretamente ligado com a sensação de frescor e higiene. Dessa forma é uma cor recomendada para farmácias e clínicas de estética, por exemplo.
– Se o seu empreendimento for uma imobiliária ou contabilidade, a cor indicada é o amarelo. Credibilidade e transparência nas negociações são sensações geradas com essa cor.
– O tradicional branco nos remete à luminosidade e pureza. Também é outra cor que resgata os sentidos de limpeza, organização e calma.
Testemunhos/opiniões
– Experiências positivas de compra, quando compartilhadas, geram reações de curiosidade e credibilidade. Portanto, principalmente em lojas virtuais, abra espaços para os consumidores deixarem suas opiniões sobre os produtos. O poder de influência é enorme.
Viu como o aroma da padaria lá de cima agora faz sentido? É o neuromarketing quebrando um dos modelos mais tradicionais de negócios: quem manda não é o cliente, mas sim a oferta que sabe despertar os desejos inconscientes dos consumidores.
Adorei o texto, como consumidora explosiva assumida concordo plenamente que as estratégias de urgência funcionam muito bem !
Parabéns ao escitor, ótimo texto tanto para empreendedores tanto para consumidores.
adorei, obrigada pelas dicas!